Tudo sobre o Zika Virus

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Da família Flaviviridae, do gênero Flavivirus, a nova febre transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o vírus Zika (genoma RNA), da família Flaviviridae e do gênero Flavivirus que em humanos causa a doença conhecida como Febre Zika. “Existe um risco alto de uma ocorrência explosiva de casos, com pequenos surtos aqui e ali”, comenta dr. Eurico de Arruda Neto, membro do Comitê Científico de Virologia da SBI.

 

O infectologista explica que o vírus se espalha por não respeitar fronteira. Exemplo claro disso é que em 1947, constatou-se a presença do Vírus Zika em macacos no local, cujo nome batizou a doença: Floresta Zika, em Uganda. Somente em 1954 os primeiros seres humanos foram contaminados, na Nigéria. Porém, em 2007, deixou o continente africano e asiático, gerando um surto na Oceania – acometendo 75% da população das Ilhas Yap, Micronésia. A França teve 55 mil infectados em um período de três meses, sendo o único país da Europa que enfrentou o vírus, no ano de 2013.

 

Um surto recente do Zika fora da África e da Ásia teve registro em abril passado, no Brasil, na cidade de Salvador (BA). Doença desconhecida até então, afetou várias pessoas com sintomas semelhantes aos da gripe, seguido de exantema e artralgia. Pesquisadores do Instituto de Ciências da Saúde (ISC) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) relacionaram os casos ao vírus por meio da técnica de RT-PCR (biologia molecular), utilizada em relatos de 19 municípios, como Ilhéus e Itabuna (BA), desde fevereiro de 2015. A primeira amostra de sangue contaminada com este vírus foi descrita em Camaçari (BA), em outubro de 2014.

 

 

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Os sinais de infecção pelo Zika vírus são parecidos com os sintomas da dengue, e começam de 3 a 12 dias após a picada do mosquito. Os sintomas de Zika Vírus são:

  • Febre baixa (entre 37,8 e 38,5 graus)
  • Dor nas articulações (artralgia), mais frequentemente nas articulações das mãos e pés, com possível inchaço
  • Dor muscular (mialgia)
  • Dor de cabeça e atrás dos olhos
  • Erupções cutâneas (exantemas), acompanhadas de coceira. Podem afetar o rosto, o tronco e alcançar membros periféricos, como mãos e pés.

Sintomas mais raros de infecção pelo Zika vírus incluem:

  • Dor abdominal
  • Diarreia
  • Constipação
  • Fotofobia e conjuntivite
  • Pequenas úlceras na mucosa oral.

 

 

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O tratamento para o Zika vírus é sintomático. Isso que dizer que não há tratamento específico para a doença, só para alívio dos sintomas. Para limitar a transmissão do vírus, os pacientes devem ser mantidos sob mosquiteiros durante o estado febril, evitando que algum Aedes aegypti o pique, ficando também infectado.

 

Pacientes afetados com Zika Vírus podem usar medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos. Entretanto, assim como na dengue e febre chikungunya, os medicamentos à base de ácido acetilsalicílico (aspirina) ou que contenham a substância associada devem ser evitados. Eles têm efeito anticoagulante e podem causar sangramentos. Outros anti-inflamatórios não hormonais (diclofenaco, ibuprofeno e piroxicam) também devem ser evitados. O uso destas medicações pode aumentar o risco de sangramentos.

 

Os sintomas se recuperam espontaneamente após 4-7 dias. Se você sentir incômodo por mais tempo, volte ao médico para investigar outras doenças.

 

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O mosquito Aedes aegypti é o transmissor do vírus e suas larvas nascem e se criam em água parada. Por isso, evitar esses focos da reprodução desse vetor é a melhor forma de se prevenir contra o Zika vírus. Veja como:

 

 

Evite o acúmulo de água

O mosquito coloca seus ovos em água limpa, mas não necessariamente potável. Por isso é importante jogar fora pneus velhos, virar garrafas com a boca para baixo e, caso o quintal seja propenso à formação de poças, realizar a drenagem do terreno. Também é necessário lavar a vasilha de água do bicho de estimação regularmente e manter fechadas tampas de caixas d’água e cisternas.

 

 

Coloque areia nos vasos de plantas

O uso de pratos nos vasos de plantas pode gerar acúmulo de água. Há três alternativas: eliminar esse prato, lavá-lo regularmente ou colocar areia. A areia conserva a umidade e ao mesmo tempo evita que e o prato se torne um criadouro de mosquitos.

 

Ralos pequenos de cozinhas e banheiros raramente tornam-se foco de Zika Vírus devido ao constante uso de produtos químicos, como xampu, sabão e água sanitária. Entretanto, alguns ralos são rasos e conservam água estagnada em seu interior. Nesse caso, o ideal é que ele seja fechado com uma tela ou que seja higienizado com desinfetante regularmente.

 

Limpe as calhas

Grandes reservatórios, como caixas d’água, são os criadouros mais produtivos de febre Zika, mas as larvas do mosquito podem ser encontradas em pequenas quantidades de água também. Para evitar até essas pequenas poças, calhas e canos devem ser checados todos os meses, pois um leve entupimento pode criar reservatórios ideais para o desenvolvimento do Aedes aegypti.

 

Coloque tela nas janelas

Embora não seja tão eficaz, uma vez que as pessoas não ficam o dia inteiro em casa, colocar telas em portas e janelas pode ajudar a proteger sua família contra o mosquitoAedes aegypti. O problema é quando o criadouro está localizado dentro da residência. Nesse caso, a estratégia não será bem sucedida. Por isso, não se esqueça de que a eliminação dos focos da doença é a maneira mais eficaz de proteção.

 

Lagos caseiros e aquários

Assim como as piscinas, a possibilidade de laguinhos caseiros e aquários se tornarem foco do Zika vírus deixou muitas pessoas preocupadas. Porém, peixes são grandes predadores de formas aquáticas de mosquitos. O cuidado maior deve ser dado, portanto, às piscinas que não são limpas com frequência

Seja consciente com seu lixo

Não despeje lixo em valas, valetas, margens de córregos e riachos. Assim você garante que eles ficarão desobstruídos, evitando acúmulo e até mesmo enchentes. Em casa, deixe as latas de lixo sempre bem tampadas.

 

Uso de repelentes

O uso de repelentes, principalmente em viagens ou em locais com muitos mosquitos, é um método paliativo para se proteger contra o Zika vírus. Recomenda-se, porém, o uso de produtos industrializados. Repelentes caseiros, como andiroba, cravo-da-índia, citronela e óleo de soja não possuem grau de repelência forte o suficiente para manter o mosquito longe por muito tempo. Além disso, a duração e a eficácia do produto são temporárias, sendo necessária diversas reaplicações ao longo do dia, o que muitas pessoas não costumam fazer.

 

Suplementação vitamínica do complexo B

Tomar suplementos de vitaminas do complexo B pode mudar o odor que nosso organismo exala, confundindo o mosquito e funcionando como uma espécie de repelente. Outros alimentos de cheiro forte, como o alho, também podem ter esse efeito. No entanto, a suplementação deveria começar a ser feita antes da alta temporada de infecção do mosquito, e nem isso garante 100% de proteção contra o Zika vírus. A estratégia deve se somar ao combate de focos da larva do mosquito, ao uso do repelente e à colocação de telas em portas e janelas, por exemplo.

 

Fontes:

Sociedade Brasileira de Infectologia
Centro Europeu para Controle e Prevenção de Doenças

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